sexta-feira, 27 de maio de 2016

AZUL - A COR QUE PREDOMINA

AZUL, É A COR MAIS QUENTE
 
É só o Amor, É só amor...
Azul é a Azul é a cor mais quente que foi o vencedor da última Edição de Cannes e essa vitória, se deu exatamente quando a França se encontrava numa tremenda polêmica contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Diante de turbilhão, o filme, acabou sendo tachado como um filme gay que acaba de vencer um dos mais importantes festivais do mundo e assim calado uma parte conservadora da cidade francesa.
Além disso o filme ainda passou por uma série de polêmicas, primeira delas, foi com as atrizes que declararam publicamente que nunca mais trabalhariam com o diretor Abdellatif Kechiche, por que se sentiram exploradas, principalmente por ter que passar 10 dias filmando a cena tão “polemica” de sexo entre elas. Logo depois alguns grupos de feministas também entraram na briga, acusando Kechiche de machismo e exploração fetichistas.
Mas, aí vem as perguntas, o filme é apenas um “romance” gay? É apenas uma cena de sexo próxima do real entre duas mulheres? Ou é algo muito maior? Porque o filme está nas listas de 9 entre 10 críticos no mundo? O que tem esse filme de tão especial?
Teoricamente em função da classificação etária imagino que você ao assistir ao longa vai lembrar da época em que era um adolescente cheio de dúvidas e que se preparava para entrar na vida adulta, mesmo sem saber que caminho tomar – nossa personagem principal Adèle se encontra nessa fase da vida, em que nem sabe ao certo se gosta de meninos ou meninas, até que encontra Emma e pela primeira vez na vida descobre o que é o amor verdadeiro.
Ao longa dessa história desse amor, percebe que é muito difícil viver uma relação à dois no dia a dia, quando cada um tem seus compromissos pessoais e descobre que amar é muito mais difícil e complicado
Azul é a cor mais quente é exatamente esse rito de passagem de uma jovem que vai numa manifestação para tentar mudar o mundo, mas que ainda não sabe como mudar sua própria vida, que a todo momento sente que não tem rumo. Kechiche com uma delicadeza magnífica, mostra que o amor não tem condição sexual, pode acontecer entre pessoas de sexos opostos ou do mesmo sexo, e independente disso, numa relação intensa e profunda há sexo, há carinho, há cumplicidade e infelizmente também há decepção, há dor.
Amar não é uma tarefa fácil, mas é fundamental para o amadurecimento do ser humano. Portanto o fato de ser duas mulheres em nada muda o sentido do que em geral o ser humano vive nessa fase da vida, o que prova que não se trata de um filme gay e sim um filme de amadurecimento e de amor que qualquer um viveu ou ainda pode viver ao longo da vida.
Especificamente sobre a cena de sexo que parece ter sido realmente feita e não encenada, eu lhes pergunto. Quando você namora e está apaixonado (a) pelo seu parceiro (a), você não faz sexo? Então ter a cena de sexo é completamente justificável, já que Kechiche, desde do início do longa, buscou quase de forma documental mostrar a vida de Adèle, como poderia ser a sua vida.
O longa assim como Frances Ha vem sendo aclamado pela crítica exatamente por conseguir de forma sucinta (apesar das suas 3 horas de duração), mostrar como acontece esse amadurecimento para a vida. É duro, é difícil, mas as vezes nas piores e mais dolorosas fases da vida é que conseguimos encarar que chegou a hora de ser adulto e levantar a cabeça e começar tudo outra vez. Mais experiente, o tombo pode ser menos doloroso, o importante e não desistir nunca, seguir em frente sem olhar para trás.
Azul é a cor mais quente é o retrato cru de uma história de amor, de uma história de vida. Uma obra que facilmente te levará a refletir sobre seu passado, sentir o seu presente e mentalizar como será o seu futuro. Imperdível!
SINOPSE
Adèle (Adèle Exarchopoulos) é uma garota de 15 anos que descobre, na cor azul dos cabelos de Emma (Léa Seydoux), sua primeira paixão por outra mulher. Sem poder revelar a ninguém, seus desejos, ela se entrega por completo a este amor secreto, enquanto trava uma guerra com sua família e com a moral vigente.

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