Meu nome! Vocês já sabem
A minha história dos
outros: “Não é fácil ser lésbica”
Espero
que você entenda, e não me julgue antes de lê-la inteira. Sou uma garota comum porem com problemas diferentes. Começando
tudo, se iniciou na idade de adolescente, quando tive que crescer encarar uma
realidade nova, arranjar um emprego e viver uma vida diferente.
Sempre me achei diferente das outras garotas, tanto em
pensamentos como em atitudes.
Sempre
tive meu lado menos sensível e mais protetor, mais por quê? Uma
menina que não brincava de boneca. “Eu era um moleque que corria na rua com os
meus amiguinhos, jogava futebol, subia em árvores, brincava de taco, apertava a
companhia da casa dos outros, atirava com armas de brinquedo, passava em rampas
com bicicleta, jogava bombinhas pra assustar quem passava na rua. Era muito
bom!”, maravilhoso viver esta idade que não volta mais.
Na
adolescência as dúvidas transformaram-se em certeza e, aos 14 anos, Paula sabia
que era lésbica. “Foi difícil me entender e aceitar, por isto entrou em
depressão. No entanto, conheci pessoas maravilhosas, amigos que me aceitaram e
ajudaram a me entender me fazendo perceber que não sou uma aberração, apenas
sou diferente no quesito ‘amor’”. E não somente ela se aceitou como muitos que
não concordavam com a homossexualidade acolheram a Paula por conhecê-la.
Amizades que superaram as diferenças.
“Minha
família também sempre soube, e aos poucos fomos falando no assunto. Eles me
entendem e não me cobram por causa disto. Sutilmente eu deixo claro a todas as
pessoas próximas a mim que sou lésbica. Ninguém me virou as costas”. Paula
tinha certeza da paixão por mulheres. Contudo as experiências demoraram por um
motivo bem simples: a dita timidez. Tanto que precisou de uma iniciativa da
outra pessoa. “Foi estranho no começo, mas percebi que era o que gostava.
Aconteceu naturalmente, mas a iniciativa partiu da menina”.
A
estudante de Ciências Contábeis e recenseadora do censo 2010 superou quase
todas as etapas que surgiram após a confirmação da homossexualidade, menos a do
amor “proibido”. No começo era uma brincadeira com uma colega de trabalho. “No
inicio eu não queria, mas aos poucos foi mudando meu olhar. Ela brincava
dizendo que queria me beijar, até o dia que deu certo e nos beijamos mesmo.
Senti meu corpo tremer, ela sentiu mais que curiosidade. Ela quis mais... e
teve mais”, conta Paula.
Os
sentimentos estavam se transformando, Paula ficava ansiosa para que chegassem a
hora de trabalhar e assim vê-la. Sentia frio na barriga. “Meu dia era sempre
bom, por pior que fosse. Ela tem tudo que se quer em alguém”, define
apaixonadamente. A
primeira vez se tornou várias e queriam estar uma com a outra. Sempre. A
relação deixou de ser brincadeira e foram cinco meses de carinho e visitas
constantes até chegar o momento de contar para a mãe dela. Na hora a sogra
aceitou.
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A “minha garota” como Paula a chama, é vigiada a todo o momento pela mãe que tem medo que as duas se reencontrem. Vigilância que não nota recados off-line no MSN (Skype) ou reencontros em segredo. “Não é fácil ser lésbica, muito menos lésbica sem aceitação dos amigos e família. Graças a Deus isso eu tenho. O único problema é a minha ‘sogra’, que não aceita o meu namoro com a filha dela”.
Sou Mulher, sou Brasileira, sou Lésbica
Sou Mulher, sou Brasileira,
sou Lésbica é um filme documentário que conta
histórias de vidas de mulheres brasileiras lésbicas de todas as classes
sociais. Dirigido por Vagner de Almeida, coproduzido por Richard Parker e
rodado no Brasil. Este documentário faz parte da primeira série dessa trilogia,
sobre mulheres cidadãs lésbicas que buscam com força e coragem, a igualdade e o
reconhecimento dos seus Direitos dentro da Sociedade Brasileira.
Durante quatro anos, foram entrevistadas 503 mulheres em todo o
Brasil e coletadas histórias diversas e incríveis de vidas de lésbicas que
lutam por liberdade de expressão e pelo respeito dentro de uma sociedade ainda
machista, patriarcal, homofóbica, lesbofóbica e perversa.
Nesta primeira parte de trilogia, o filme, com duração de 45
minutos, trata das questões e temas mais mencionados nas entrevistas com estas
mulheres.
Para realizasse esse documentário, foi necessário enfrentar uma
série de barreira e, uma delas, entre tantas outras, foi à falta de
solidariedade e respeito com essas cidadãs, por parte de muitos segmentos.
Segmentos, inclusive, dos quais se esperaria mais atenção e cuidado com pessoas
tão afetadas por inúmeras formas de estigmas e discriminações.
Ao longo das gravações, muitas entrevistadas não quiseram ser
filmadas com receio de serem denunciadas, mas, no final, deram entrevistas e
depoimentos impressionantes. Observou-se também que muitas mulheres se
recusaram a pronunciar a palavra “lésbica/s, em função do estigma e do
preconceito que este termo traz à vida pessoal de cada uma delas”. Além desta
palavra, associaram tal estigmatizarão a tantos jargões pejorativos que escutam
seja por familiares, comunidades religiosas extremistas, mídia, na sociedade em
geral.
Sou Mulher, sou Brasileira,
sou Lésbica. Faz parte da série de documentários
anteriores produzido pela Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS, entre
os quais: “Borboletas da Vida”, “Basta um dia” e “Sexualidade e crimes de ódio”.
Todos esses filmes trazem para o debate a violência que o segmento
LGBT sofre na sociedade brasileira, diante de uma sociedade que naturalizou que
os direitos não são iguais e que a violência contra essa comunidade continue
crescendo não chegando a óbito. Falar da mulher lésbica é muito difícil, pois a
sociedade não está preparada para discutir questões associadas a essa
comunidade. Os debates e o diálogo ainda encontram em grupos específicos e
restritos, não alcançado assim a massa de mulheres homoafetivas de todo esse
país.
Esse filme é direcionado para a sociedade geral, e não apenas para
segmentos definidos da comunidade LGBT. Trata-se de uma produção para educadores
(as), familiares, segmentos religiosos extremistas, ativistas, formadores (as)
de opiniões, mídia em geral, trazendo questionamentos e esclarecimentos sobre o
que é ser mulher, cidadã e lésbica do Brasil.
O lançamento desde filme, com produção de Prazeres e Paixões, só
foi possível graças à parceria com a ABIA e ao apoio da Secretaria de
Assistência Social e Direitos Humanos da Superintendência de Direitos
Individuais, Coletivos e Difuso do Estado do Rio de Janeiro-RJ.
http://www.sxpolitics.org/pt/?p=1209#sthash.dCG0f0n3.dpuf
http://www.vagnerdealmeida.com/SMSMSLcriandofilme.html
http://www.vagnerdealmeida.com
"O amor entre mulheres em Roma" Por Regina Navarro Lins
http://www.vagnerdealmeida.com/SMSMSLcriandofilme.html
http://www.vagnerdealmeida.com
"O amor entre mulheres em Roma" Por Regina Navarro Lins
Enquanto as práticas homossexuais masculinas eram geralmente toleradas,
as femininas eram censuradas na Roma Antiga. O sexo entre mulheres era taxado
de monstruoso, ilegal, libertino, anormal e vergonhoso. Por outro lado, a
homossexualidade feminina pode ter feito parte da sociedade romana tanto quanto
a masculina, se acreditarmos nas diversas observações depreciativas dos
escritores dos séculos I e II – como Sêneca, Martial e Juvenal.
Os médicos tendiam a ver o erotismo homossexual feminino como uma
“doença” que se manifestava através de sintomas masculinizados. Soranus, o
notável médico grego que atuou em Roma no século II d.C., acreditava que a
causa desses sintomas era a condição física de algumas mulheres que possuíam o
clitóris dilatado.
Como costumavam compará-lo com o pênis, imaginavam que a mulher com tal
anatomia tinham herdado esses atributos “ativos” dos homens, em vez dos
atributos “passivos” considerados naturais numa mulher. Soranus e outros
médicos aconselhavam a clitoridectomia, ou seja, a extirpação do clitóris.
Trecho de O Livro do Amor, de Regina
Navarro Lins. Lançamento: 2012.
Premiado em Cannes, filme lésbico "Azul é a cor mais quente" estreia nos cinemas brasileiros
O fim do ano está aí, os sites de cultura já começaram a soltar as suas
listas de melhores filmes, shows, CDs e cantores de 2013 e o cinema vem nos
surpreender com uma estreia imperdível. Neste fim de semana, nas salas de
cinema do Brasil, tivemos a estreia do filme “Azul é a Cor Mais Quente”.
A obra é uma adaptação da história em quadrinhos homônima, escrita e
desenhada por Julie Maroh. Considerada umas das melhores histórias de amor de
todos os tempos, “Azul é a Cor Mais Quente” foi presenteada com a interpretação
visceral da jovem Adèle Exarchopoulos, de apenas 19 anos, que traz beleza e
delicadeza aos conflitos pelos quais sua personagem passa ao descobrir sua
primeira paixão por outra garota.
“Azul é a Cor Mais Quente” foi premiado com a Palma de Ouro no Festival
de Cannes deste ano e também rendeu ao diretor o prêmio Fipresci (The
International Federation of Film Critics).
Trailer legendado em http://www.youtube.com/watch?v=3qxWpl-_PQo